leve, pertinete
minha natureza humana se esvai
viro o deus de meus pensametos
sou deus agora
faço o caos e a paz
até minha morte me satisfaz"
Faça seu próprio localizador de metal! (capa de uma revista antiquissíma de eletrônica que meu pai tinha e me deixava imensamente curiosa...o que eu encontraria se tivesse um?)
montava minha cabana de pano da xuxa, abrigo de sonhos, segredos e devaneios
sequer sabia que aquilo era valiosissímo
quando lembro de tu infância, tremendo tesouro inesperado, só percebido quando já é tarde de mais, se parar pra me lembrar sinto cheiros, um fim de tarde alegre e quente que meu pai trouxe Chantybom pra comer com sorvete de flocos e tiramos todos nós fotos inguênuas e inocentes com nossos narizes sujos de sorvete, meu irmão ainda bebê olhando pro seu próprio nariz sem entender por que colocaram aquela coisa gelada em seu corpinho minusculo, mal sabia eu que aquilo era amor puro, amor puro e esperança, de preservar naquela película eternamente a essência daquele momento alegre e único.
Quando criança o tempo demorava tanto a passar e isso não me torturava de modo algum, pelo contrário, tudo era precioso e divertido, ficar na casa de parentes, sozinha, sem ter com quem conversar era divíno, me lembro de tardes de visitas em que meus pais conversavam com tios de meu pai que eu me trancafiava do sotão deles, alucinada a fuçar suas caixas com revistas e livros antigos, aquilo era meus universo paradisíaco particular, revistas femininas que foram públicadas antes mesmo de eu nascer me revelavam segredos que ninguém me contaria no mundo de fora, uma infância solitária mas muito satisfatória, me lembro de me chatear por não ter com quem conversar sobre teorias malucas sobre dinossauros, a infância é tão valiosa pra vida e formação de caráter de todos nós e esquecemos como se nada tivesse valido, sortudos os que morrem crianças pois se vão corajosos e sinceros, puros e sábios como nunca mais seriam pro resto de suas vidas, na adultisse ficamos chatos e apressados, gostamos de "passar o tempo" perdemos o olhar apaixonado para as pequenas coisas que costumávamos ter, é difícil satisfazer um adulto, cheios de vícios, preconceitos, problemas, neuras e esquecidos de um pequeno detalhe, a criança que fomos um dia ainda faz parte de nós, somos o que somos hoje por termos sido crianças, ela ainda está dentro da gente, basta parar de ignora-la.
"Por que quando somos crianças
tudo é mais doce
tudo é mais colorido
as risadas mais verdadeiras
e preocupações não ha."
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