Este já estava morto quando nasci, porém se faz tão vivo hoje em minha vida com seus belos textos e senso de humor, falo do poetinha Vinicius de Moraes, boêmio inveterado, bebedor de uisque, fumante, conquistador e meu mais novo vicio. Seus principais parceiros na música foram Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra, porém, sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro e cinema também.
Vinicius escrevia sonetos como ninguém, segue um dos que considero mais bonito:
Soneto de Carnaval
Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.
Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.
E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim
De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo
e uma de suas (se não A) composições mais famosas que deixo aqui na voz de outro dos meus cariocas favoritos
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