domingo, 20 de março de 2011

Psitaciforme crescente













Era uma vez um papagaio chamado Trovão
desde bem novo quando ainda cabia na mão
morava em gaiola confortável e bonita
Trovão tinha inteligência infinita
Esse dito papagaio estava sendo treinado
aprendia como nunca antes havia no passado
o pássaro entretido descobria todo dia
as formas, as cores, os números, como aprendia!
Trovão sabia tantas coisas fazer
seu desenvolvimento sua treinadora tinha orgulho em ver
era o papagaio mais valioso da região
era cuidado, era amado, era ensinado de montão
o tempo passou e esse querido pássarinho
se sentia seguro de mais no seu ninho
sua treinadora não sabia mais o que fazer
pois de tão confortável trovão não queria mais aprender
Ela tentou de tudo com a verde criatura
mostrou amor, conhecimento, do Monet uma pintura
o papagaio só olhava pra fora da gaiola
-poxa vida alguma coisa bem séria lhe assola
a treinadora tentou por muito tempo de várias maneiras
mostrar pro passarinho as antigas estribeiras
Trovão de nada mais queria saber
apenas o que acontecia no mundo ele queria ver
a treinadora chateada teve uma idéia então
num ato de coragem da gaiola abriu o portão
e Trovão assustado se colocou a voar
viu o céu viu a terra, as pessoas e o mar
o mundo inteiro agora lhe pertencia
um preço bem justo pela gaiola vazia
o papagaio sozinho aprendeu a viver
sem sua treinadora tudo era ele que ia fazer
não tinha mais comida prontinha no pote
e sentiu saudades que quando era apenas um filhote
uma coisa trovão ainda não tinha percebido
ficar fora da gaiola era sofrimento bem valido
aprender foi a primeira coisa que voltou a fazer
descobriu o papagaio que tinha um grande poder
sentia muitas saudades de ser cuidado
nas noites escuras ser acalentado
mas todos os sentimentos ele tinha que sentir
abrir a porta da gaiola fez seu mundo se abrir
o papagaio crescia mas não entendia
como sem ele sua treinadora de noite dormia
o mundo é gigante e entrar nele é um parto
mas melhor estar nele que trancado num quarto
papagaio tem asa e tem mais é que voar
pois em seu peito e em sua mente um espaço gigante tem pra abarrotar
essa história é tranquila e o tempo arruma
meu querido papagaio de sedosa e verde pluma

Um comentário:

Bruno Badain disse...

Sublime, minha amada!
Me tirou lágrimas, mas de um sentimento diferente dessa vez.

a saudade doi
mas o papagaio já gostou de voar
o mundo inteiro ele vai explorar
aprender coisas novas e ficar gigante
conhecer novos ares e pessoas interessantes
sente falta da treinadora
que viveu com ele o amor transcendental
de muito pensar decidiu o soltar fora
mesmo no ar ele não parou de a amar
o tempo o espera crescer
para aprender a razão do sentimento
o papagaio trovão voa voa
e vai voar sempre cantando
e para amada treinadora voltará
depois de aprender que para ser amado
tem que estar sempre voando
e fora da gaiola, amando